sábado, 26 de setembro de 2015

SEGUE SEMPRE A SENDA DA HONRA E DA JUSTIÇA


Os princípios desta Ordem, que de boa vontade seguimos, nos colocam a todo o momento em confronto diário com nossas próprias paixões mais íntimas e os nossos vícios mais camuflados. Absorver seus ensinamentos e utilizá-los como instrumentos para desbastar nosso caráter a fim de nos tornarmos “pedras polidas” já não é mais uma escolha, é um dever moral.

De fato não é uma caminhada fácil, mas o fácil é comum e, aquele que optou por ser membro desta nobre instituição deveria estar, no mínimo, à procura de ser diferente.

Como didática para a transmissão da grande maioria de seus ensinamentos, a Maçonaria emprega o uso de símbolos, elos criados para direcionar de forma direta o observador ao significado. Esta estratégia é aplicada até mesmo em seu processo de autoapresentação à sociedade, de forma clara e precisa, seu principal símbolo é o próprio maçom. Seus princípios, sua postura e suas atitudes são a manifestação do que ele é em essência e, consequentemente, o que de fato é a Maçonaria.

Daí a necessidade de que toda a verdade trazida na doutrina maçônica seja compreendida na íntegra, para que possa ultrapassar o âmbito dos sentimentos voláteis, a fim de realmente se aprofundar no campo dos princípios permanentes do ser, regendo assim seus pensamentos e ações ainda que instintivamente.

            A Ordem Maçônica tem dentre seus princípios fundamentais a igualdade e a identificação de si no outro. Se os irmãos são iguais entre si, eles são a mesma coisa e, consequentemente, a ação do “um” reverbera no “todo”. Por isso o maçom tem o dever de ser um exemplo de moral, mantendo-se reto e fiel às leis, não só as dos homens, como bom cidadão que é, mas principalmente às leis universais, pois são estas que regem o Todo com maestria, imutáveis desde antes do início dos tempos.

            Aquele que busca sentir e agir dentro da Lei percebe que seguir a senda da honra e justiça não envolve apenas seguir códigos e mandamentos materiais ou relativos. Por este motivo que cabe ao iniciado agir sempre de forma reta, porém sem jamais esquecer a candura e generosidade, pois a ausência do amor embrutece o espírito e a função do iniciado é utilizar-se do maço – símbolo da obrigação do homem de ir ao trabalho, na certeza de que um edifício não se constrói apenas com sentimentos – e do cinzel – instrumento capaz de dar forma e polimento perfeito até ao mais rústico e maciço dos materiais – para lapidar tudo aquilo que for bruto dentro de si, até transformar-se de uma pedra bruta, uma pedra polida, pois um bruto de forma alguma poderá realizar com êxito o trabalho de estabelecer e expandir a união e a fraternidade, não só para com seus irmãos de Ordem, mas para com todos os homens, pois uma pedra cúbica apresenta a mesma face para todos os lados.

          Para um membro da Confraria, conseguir realizar este processo de desbastamento interior, num primeiro momento se faz necessária a busca incansável por conhecer-se, para que neste processo as asperezas se manifestem e sejam polidas. O indivíduo que se coloca à disposição desta busca interior certamente encontrará a verdade que liberta, pois as Leis absolutas que se manifestam no macro, da mesma forma o fazem no micro, e, ao perceber o universo dentro de si, sente que o movimento que está dentro está fora e da mesma maneira deve-se trabalhar em ambas as instâncias.

O bom maçom vale-se do seu trabalho para a sua evolução da mesma forma que o pedreiro depende de seu suor para o seu sustento. Da mesma forma que um pedreiro precisa de suas mãos para levantar uma construção, depende o maçom da sua liberdade para levantar a sua voz em proteção do indefeso e contra as atitudes daqueles que conspiram contra a justiça e a verdade, valendo-se de poderes sociais para explorar e oprimir o povo. Porém, não se deve esquecer destes irmãos, na lembrança de que aquele que falha em sua ação é o que carece de maior atenção.

O iniciado não deve nunca se abster de se posicionar contra qualquer investida desonesta e/ou injusta a qual ele tenha conhecimento, ainda que (e principalmente se) seja para o seu benefício. Para tal, ele precisa buscar distanciar-se ao máximo das esferas profanas que venham a privar a sua liberdade, ainda que no âmbito religioso ou até mesmo no profissional, pois não deve haver moeda que seja mais valiosa que seu senso de dever para com a honra e a justiça, enfim, para com o divino. Como bem disse o Irmão Gabriel Oliveira: "O maçom prefere passar sua vida oculto no recesso da penumbra, alimentando o espírito com visões de boas e nobres ações, do que ser colocado no mais resplandecente dos tronos e ser impedido de realizar o que deve".

Enfim, percebe-se que o verdadeiro membro da Ordem Maçônica é o homem que opta por ser um obreiro incansável, pois ao passo em que a todo instante está dedicado à construção de seu templo interior, também está operante nos trabalhos de realização da obra divina, preocupando-se, além de lapidar a si mesmo, motivar o próximo a entrar neste processo. Utilizando-se de sua liberdade e sua conduta ilibada para apresentar-se como um líder dentre o povo que arrasta seus irmãos pelo exemplo, auxiliando-os em seus processos individuais de despertamento e evolução, sendo ativo na luta pela fraternidade e equidade dentre os homens, pois enxerga que uma boa construção se faz com tijolos igualmente polidos e juntos.

Autor Ir M.’.M.’. Braian Varjão Gama Bispo
ARLS Arca da Lei, 178
ARLS Construtores da Esperança, 226
Oriente: Salvador, Bahia, Brasil
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GLEB

Como citar este trabalho:
<http://estrelapolardafraternidade.blogspot.com.br/2015/09/segue-sempre-senda-da-honra-e-da-justica.html>. Acesso em (dia, mês e ano da consulta).


REFERÊNCIAS

OLIVEIRA, G. C. Maçonaria – Moral e Dogma. Revista Universo Maçônico, São Paulo, v. 11, 2010.


SARMENTO, W. Maçonaria: Escola de Almas. Disponível em: http://blogoaprendiz.blogspot.com.br/2012/06/macom-marcelao-apos-reuniao-maconica.html. Acesso em: 23 de maio de 2014.

sábado, 29 de agosto de 2015

REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL



Muito tem se falado no Brasil sobre a redução da maioridade penal, de 18 para 16 anos completos, e essa discussão tem sido impulsionada pelos crimes cometidos por menores, que estariam se aproveitando do abrandamento da legislação que trata do assunto, no caso, o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8.069/90.

No dia 31/03/2015, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados aprovou a tramitação da PEC (Projeto de Emenda Constitucional) nº 171/93, que objetiva a redução da maioridade penal e emite parecer no sentido de que a redução é constitucional, contrariando, inclusive, alguns constitucionalistas, pois não seria cláusula pétrea.

Por enquanto não há certeza da redução, pois o parecer só trata da constitucionalidade, legalidade e forma de se votar a PEC, que deverá ser elaborada e votada em até 40 sessões do Congresso Nacional, em dois turnos, em ambas as casas, Câmara e Senado, que para aprovação necessitará de 3/5 dos deputados e senadores eleitos.

Os que defendem a redução justificam:
a) Os jovens do Séc. XXI não são os mesmos jovens da década de 1940, ano do atual Código Penal;
b) o fato de que os maiores de idade se aproveitam da inimputabilidade dos menores para cometerem crimes, jogando a autoria desses delitos para esses jovens infratores, com a justificativa de que possuem uma condição "privilegiada", por que não são submetidos a um sistema prisional e nem cumprem penas privativas de liberdade como aquelas impostas pelo código penal;
c) se um adolescente com 16 anos de idade já pode votar, deveria também responder criminalmente pelos seus atos;

Até na Bíblia foram procurar justificativas para a PEC, o que não agradou teólogos: no campo "justificação", destinado a explicar os motivos da emenda, o texto faz três referências a diferentes personagens da Bíblia: Salomão, Davi e o profeta Ezequiel. Não há nenhuma referência no texto sobre dados estatísticos ou pesquisas para embasar a redução da maioridade penal na PEC 171.

O texto argumenta que "o moço hoje entende perfeitamente o que faz e sabe o caminho que escolhe. Deve ser, portanto, responsabilizado por suas opções". Para justificar esse ponto de vista, o texto relembra o profeta Ezequiel, do Velho Testamento, que nos dá a perfeita dimensão do que seja a responsabilidade pessoal: Não se cogita nem sequer a idade: “A alma que pecar, essa morrerá”, diz o texto da PEC.

Em outro trecho, a PEC cita o rei Davi, um dos mais influentes da história do judaísmo. "Davi, jovem, moderno pastor de ovelhas acusa um potencial admirável com seu estro de poeta e cantor dedilhando a sua harpa, mas ao mesmo tempo, responsável suficiente para atacar o inimigo do seu rebanho", continua o texto.

O terceiro personagem citado pela PEC é o rei Salomão. "Salomão, do alto de sua sabedoria, dizia: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velha não se desviará dele", diz o trecho.

Aqueles que desaprovam, dentre outras justificativas, entendem:
a) Que a lei existente é rigorosa, basta apenas ser cumprida;
b) Que a reincidência dos menores é muito baixa e o encarceramento poderia elevar essa reincidência, assim como os adultos que hoje é de aproximadamente 70%, transformando esses jovens em pós-graduandos dos crimes
c) Que apenas 3% dos crimes praticados por adolescentes são violentos e hediondos, ou seja: assassinatos, estupros, sequestros, torturas etc, portanto, reduzir a maioridade penal não reduz a violência;
d) O sistema prisional brasileiro não suporta mais presos;
e) que o Brasil segue uma tendência mundial em estabelecer em 18 anos a maioridade penal;
f) a aprovação desta redução trataria o efeito e não a causa;
g) educar é mais eficiente do que punir e esta redução tem o objetivo de isentar o Estado do compromisso com a juventude;
h) a redução da maioridade penal não afasta crianças e adolescentes do crime dentre outras.

Reduzir a maioridade, por si só, não resolve nada, por isso que entendo ser um equívoco, pois de nada adiantaria tornar imputável um jovem a partir dos 16 anos e continuar negando àqueles jovens de 14 ou 12 anos direitos básicos contidos nas leis pátrias e tratados internacionais.

Sou favorável, sim, ao cumprimento da lei já existente e tornar ainda mais rigorosas para os crimes violentos e hediondos, bem como que o Estado passe a cumprir o papel da ressocialização dos adolescentes em conflito com a lei, e para aqueles que acham que esta dita ressocialização não é possível, entendo não ser possível vislumbrá-la quando estes jovens passarem a frequentar o sistema prisional brasileiro tradicional, aí sim, a esperança deixará de existir.

Autor: Ir.'. M.'.M.'. Alberto João de Araújo Silva Júnior
Loja Maçônica Estrela Polar da Fraternidade, 127
Oriente: Camaçari-BA, Brasil.
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GLEB – Brasil


Como citar este trabalho:

<http://estrelapolardafraternidade.blogspot.com.br/2015/08/reducao-da-maioridade-penal.html> Acesso em (dia, mês e ano da consulta).

MENSAGEM DE BOAS VINDAS



Meus diletos Irmãos Aprendizes,

A Iniciação é um momento único na vida de qualquer Maçom que se preze, pois serve como um divisor de águas nessa transição do mundo profano para a Maçonaria. A partir do momento que vocês adentram na senda maçônica inicia-se um processo gradual de aprendizagem, onde o primeiro passo é aprender a conhecer a si mesmo, verificando possíveis vícios e também virtudes. Comecem a olhar para dentro do seu “eu” de maneira que nunca o fizeram.

Procurem sempre praticar o bem, lembrando que essa prática é algo muito abrangente e perpassa por atitudes e gestos simples a situações que requerem atenção especial. Sempre que possível, visem coisas virtuosas, que vão de um simples gesto de caridade e/ou fraternidade com um Irmão ou qualquer outro ser humano; como também em situações que envolvam grandes ações filantrópicas. Fazer o bem também pode ser entendido como um auxílio a um Irmão que esteja com dificuldades (passando por conflitos internos ou conflitos familiares por exemplo). Uma ajuda com conselhos, expondo alternativas profícuas e pacíficas para a resolução dos problemas, sempre será de bom grado.

Nunca pratiquem o bem com segundas intenções, ou seja, esperando algo em troca: elogios, benefícios, ou até satisfação pessoal para engrandecimento do seu ego. Pratiquem a virtude simplesmente porque vocês são Maçons e acreditam na verdadeira Maçonaria, isto é, aquela sem preconceitos e que almeja o bem da humanidade.

Procurem sempre invocar dentro de vocês e tenham sempre como objetivo as virtudes da cortesia, do companheirismo, da fraternidade, da humildade e do respeito. Tenham em mente que a humildade e a hombridade servirão de esteio para reconhecer vossos erros e vícios. E, sempre que for necessário, ajoelhem-se simbolicamente e desbastem as vossas asperezas, quantas vezes for preciso. A Maçonaria é a única instituição capaz de mudar o mundo, pelo simples motivo de ter a tolerância, a fraternidade, a liberdade e a igualdade como premissas fundamentais.

Sejam bem vindos meu amados Irmãos Aprendizes e não sejam simplesmente homens bons que iniciaram na Maçonaria, sejam verdadeiros Maçons.

Autor: Ir.'. M.'.I.'. Antonio Ferreira Junior
Loja Maçônica Estrela Polar da Fraternidade, 127.
Oriente: Camaçari-BA, Brasil.     
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GLEB – Brasil


Como citar este trabalho:

<http://estrelapolardafraternidade.blogspot.com.br/2015/08/mensagem-de-boas-vindas.html> Acesso em (dia, mês e ano da consulta).